Day after
professor
Professor,
pense e reflita! Tem coisa mais hipócrita que a comemoração do dia do
professor? As frases são as mesmas de agradecimento por ter formado a nação e
todos seus profissionais. O professor
pelas frases comemorativas de seu dia, é visto como o salvador da pátria,
aquele que deu o sentido da vida as crianças, jovens e aos adultos. Todas
trazem subjacentes a ideia que “A
profissão do professor é um sacerdócio”, e como os padres devem sob todos os sacrifícios continuar sua “via crucis”.
Não vejo isso em
outras profissões, que cada vez mais atraem profissionais com altos salários e com resultados sociais precisando de muito “recall”, como é o caso da área
médica, jurídica e técnica.
Mas o afeto “aos
mestres com carinho”, traz sempre os salários cada vez mais baixos se
comparados com outros funcionários públicos. O que será que aconteceu com o sentido de Isonomia salarial? Por que aquele
que prende? Que mata? Deve receber mais que o seu velho mestre que libera a mente da
ignorância?
Nossa
sociedade tem sempre a visão tosca de resolver os problemas de forma paliativa,
grosseira e demagógica. Temos crise de valores éticos, a corrupção é uma delas?
A educação pode resolver isso de forma efetiva! Mas quem quer apostar nisso? Temos uma crise
de valores sociais, a violência cresce sempre e de forma assustadora. Mas para
resolver aumenta-se o poder violento das polícias. Pergunto: Violência se
resolve com violência? A prática das polícias no Brasil inteiro esta desmontando,
o despreparo do corpo das policias civil e militar. Mas a visão tosca midiática
aposta no uso da força do estado, contra a força dos Black Bock e demais
inconformados.
Vivemos numa
sociedade capitalista com um crescimento de ricos no Brasil, com origens sempre
ligadas aos recursos do estado. A velha prática do
tomar a coisa pública para beneficiar uns apaniguados que estão temporariamente
no poder. A “lei de Gerson” prevalece
sempre, simples assim. Ensina-se que o esperto é sinônimo de inteligente, que
não importa os meios, chegando ao fim com dinheiro e com muita impunidade, a pessoa
é vista como vencedora.
Essa visão
está no meio da sociedade, impregnada e trabalhando de forma invisível, mas na consciência
silenciosa da sociedade. Nossos governantes de modo sorrateiro exercitam o
"verbo" e demanda ao povo que de modo
simples, reproduz a sacanagem. E com isso a escola foi e esta sendo por muito
tempo relegada ao segundo plano, dos
planos governamentais. Valores são coisas que se ensinam nas escolas, muito além
de conceitos.
Subiu-se o PIB
para a educação, em nosso estado já é previsto 35% do PIB estadual para o
processo educativo. Mas do jeito que ela se encontra, não há remédio para essa
doença. As escolas, todas elas devem ser criadas ou reformadas de forma correta
e principalmente preservadas pela comunidade.
O dinheiro público
que vai para as escolas seja de origem federal, ou estadual deve ser aplicado e principalmente fiscalizado de modo
eficiente. Temos que ficar de olho na gestão e nos desvios existentes nas escolas.
A transparência deixou de existir a muito tempo, dando lugar a papeis digitáveis,
com números inteligíveis a alguns.
A comunidade
tem que tomar consciência que a cada reforma de um bem público é o seu dinheiro
que está ali presente. Que a cada repasse de dinheiro que chega a equipe
gestora e ao Conselho deliberativo deve ter transparência a todos da comunidade.
A ingerência política
de deputados, vereadores e demais políticos no cotidiano escolar é algo que
deve ser extirpado, a escola é controlada como se fosse verdadeiro "curral
eleitoral".
Grita-se por
mais verbas para a educação, como professor fico meio sem saber se vai haver
melhora ou não com mais verbas. Dentro do atual modelo vejo com reticencia tal aumento.
Com o atual modelo de gastos existentes, questionáveis e às vezes impróprios, continuaram a corroer a verba para a educação. Transparência real dos recursos públicos já. Sem ela nada muda.
O mais estranho
de tudo isso e de todo atual momento, é que de uma hora para outra, temos a
possibilidade na década seguinte alcançarmos 100% de aumento salarial. Mas isso
não justifica por parte do professor uma singela retribuição e o compromisso de
melhorar paralelamente a educação em nosso estado? Nem governo, Nem sindicato
fala-se nisso, há um eco no vazio.
Silêncio das estrelas, vozes emudecidas, ninguém toca na “ferida”, mas é o
sonho de cada pai e mãe com filhos nas escolas públicas.
A SEDUC,
Sindicatos e professores, devem traçar etapas, objetivos e metas tangíveis com
evidências reais de eliminação do analfabetismo que chega as vezes e
absurdamente em alunos do 3º ano do ensino médio. Uns fingem que administram,
ou outros fingem que professam e um
rio de baixo nível educacional escorre
todo ano, com greve ou sem ela.
O fortalecimento
dos Conselhos deliberativos com foco na
qualidade da educação e não em picuinhas “grupistas”, ou na gastança dos
recursos é um organismo que muito contribuirá pela mudança. O envolvimento
constante de novas lideranças evitaria a controle de grupos golpistas
dominantes.
O momento é de
total desrespeito social, de um lado uns ricos criam cercas monetárias e do
outro uma sociedade querendo maior participação. Não vê outra saída se não a
violência, aquela de sair as ruas para
pedir o que na verdade, já esta no papel
de enxurradas de leis não cumpridas,
aguardando apenas que os dois lados tenham boa vontade e com os recursos com
gastos adequados transponha essa crise moral
que estamos passando. Mas a luz no fim do túnel esta na escola. É lá que o
infinito se esconde a saída e dentro
dele a possiblidade de uma nova sociedade democrática e solidária.
“Amanha vai ser outro dia”
Chico Buarque de Holanda
Pedro Felix- Professor
SOCORRO AO PATRIMÔNIO HISTÓRICO
http://www.olhardireto.com.br/artigos/exibir.asp?artigo=Socorro_Patrimonio_Historico&id=5585
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